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No Minho, o bacalhau é rei à mesa da consoada, sempre acompanhado de polvo cozido, batatas e couves galegas, e regado com o melhor azeite caseiro para molhar o pão.

Pela noite dentro, para aconchegar o estômago, serve-se o tradicional vinho quente.

Normalmente preparado com a boa vontade de um dos homens da casa, é apenas verde tinto, fervido com mel e pau de canela, que se bebe quente em chávenas de chá.

Na manhã seguinte, as crianças acordam ao nascer do dia, sem conseguir conter a excitaço, e correm para a lareira. No sapatinho estão os presentes deixados pelo Menino Jesus, e rasgam sofregamente os papeis dos embrulhos, na ânsia do brinquedo novo.

O presépio quer levou dias a fazer, tem um lugar de destaque na casa e é visitado por todos que por ali passam. Começa a ida ao monte.

Traz-se o musgo às postas, pinhas e pedrinhas e um pinheirinho. Constroem-se verdadeiras aldeias em miniatura, povoadas com figurinhas que se dirigem para a gruta do Menino Jesus, situada no ponto mais alto.

O pinheiro que hoje se enfeita com vistosas bolas de Natal, era coberto de chocolates, amarrados num cordel, compradas na venda e saídas da fábrica A Vienense, que ainda existe. Para muitos, esses doces eram as prendas a que tinham direito.

Ao almoço come-se a roupa velha, feita com os restos da consoada e passa-se o dia em família, fazendo os preparativos para o jantar.

As mulheres da casa estendem na mesa a toalha de linho bordada, herdada da avó e que só sai da arca em ocasiões especiais, a melhor loiça, os copos de "ver a Deus" e os castiçais. A mesa vai ganhando vida com as decoraçes, fruto da criatividade que a ocasião desperta.

Espalham-se amêndoas, avelãs, figos, passas e enfeita-se com ramos de azevinho, fitas coloridas ou papeis brilhantes, porque é dia da festa mais importante do ano.

obrigatória no jantar de Natal, assado e, em algumas casas, recheado com puré de castanhas. O peru, embora moda recente, em terras de Entre Douro e Minho, tornou-se presença. Segue-se um festim dos mais variados doces caseiros, claro, que enchem a mesa de cor e fazem brilhar os olhos de miúdos e graúdos.

Não há dieta que resista aos mexidos de leite ou de vinho, à aletria, às rabanadas em calda de açucar ou com doce de ovos, ao arroz-doce, ao bolo-rei, ao pão-de-ló, ao leite-creme, ao doce de gila, nem aos bolinhos de jerimu ou de abóbora-menina.

O Natal no Minho

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